- És uma praia, porque lhe concedo o direito de ser banhada pelo mar durante todas as manhãs, tardes e noites.
- mas o mar é gelado, como os sentimentos da noite.
- o Sol é quente, e aquecerá a areia como a tua pele.
- o Sol anda escondido por aqui. Faça-me uma praia do Rio de Janeiro.
Sou uma praia. Minha areia é branca como a neve e minhas águas gélidas como um coração magoado. Estou feliz mas a minha aparência triste permanece imutável, indelével. Não se incomode em descobrir a injúria por trás destas metáforas, a praia está vazia, logo o vento frio soprará mesmo não havendo ninguém para encolher os braços, pegar um casaco, muito menos outra pessoa para abraçá-la. Nenhum epitélio estremecerá e nenhum pêlo arrepiará.
Nenhum comentário:
Postar um comentário